sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sacrifício; Pelo Que Há de Melhor

Há alguns dias atrás, mais precisamente no domingo passado, eu estava em casa, deitado, assistindo alguns episódios do seriado “Falling Skies” (que por sinal, é muito bom e eu recomendo. rsrs), e entre um episódio e outro, numa pausa pra esticar os ossos e tomar um café, me peguei distraído observando a TV durante a programação do “Criança Esperança”. Nesse momento, quem se apresentava era o Luan Santana, cantando a música “Te Esperando” que está entre as mais tocadas das paradas musicais do Brasil.

Não sou fã do Luan Santana, nunca fui, mas enquanto eu ouvia aquela letra (que salvo a exceção, é muito bacana), uma série de coisas passou pela minha cabeça e eu até me surpreendi pensando nas diversas situações pelas quais a gente costuma passar – algumas delas, constrangedoras – e nas difíceis decisões e nos vários sacrifícios que temos que fazer ao longo de nossas vidas.

Toda a história dessa música gira em torno de um amor platônico, imperfeito, mas que mesmo com todas as dificuldades, é eternamente duradouro, para uma das partes, pelo menos. Ela gira em torno do que diz respeito ao esperar pra sempre, custe o que custar, indiferente das coisas que teremos de suportar, do orgulho que tenhamos que engolir e do tempo que tenhamos que perder, vivendo apenas na expectativa e com a esperança de que esse amor possa vir a dar certo algum dia.

Eu acho que como a maioria das pessoas, eu também sempre quis um amor pra vida toda. Eu acho que no final das contas, é apenas isso que a gente busca; paz, bem estar, e ter alguém com quem passar as horas dos incontáveis dias pra rir das suas piadas sem graça. Alguém pra perguntar ‘como foi o seu dia?’ quando chegar do trabalho e pra te dar um abraço apertado, te oferecer colo e apoio em um momento difícil. Alguém que vai cuidar de você quando você mais precisar e que vai te dizer que ‘aconteça o que acontecer, tudo vai ficar bem’.

Encontrar essa pessoa talvez nem seja tão difícil. Eu acredito que o maior problema é que para conquistar alguém e pra ter essa pessoa sempre presente ao seu lado, é necessário abdicar de muitas coisas e infelizmente nós quase nunca estamos dispostos a abrir mão de algo para chegarmos aonde queremos chegar, entende?

Na vida, é através de passos alternados entre perdas e ganhos, silêncio e gritos, que aqui vamos nós... trilhando os nossos caminhos... Amamos, abrimos mão, erramos, sofremos, nos recuperamos; amamos, abrimos mão, erramos, sofremos, nos recuperamos novamente e assim por diante, a vida segue indiferente e pontualmente o seu rumo.

Eu não vim até aqui pra julgar, nem criticar ninguém. Muito pelo contrário; deixo apenas minha opinião sobre as nossas escolhas, sacrifícios, renúncias... Ultimamente, as pessoas já escutam a palavra ‘sacrifício’ com aversão, medo de que algo seja tirado delas, ou então imaginam que terão que abrir mão de algo que não podem viver sem. ‘Sacrifício’ para essas pessoas significa dor, perda, mesmo elas tendo a convicção de que nos dias de hoje, nós vivemos em um mundo que nos diz que podemos ter tudo o que quisermos.

Mas eu acho que o fato de abrir mão de algo, a renúncia, o ‘sacrifício’ em si, são para nós como lições de vida, conquistas, mesmo que seja difícil de perceber... O sacrifício não depende apenas das nossas necessidades, mas sim das necessidades do bem como um todo. Ele é a balança que mantém o equilíbrio entre os relacionamentos. O sacrifício é o nosso bom senso para com o direito de escolha e a nossa consciência que, para que as coisas funcionem conforme queremos que elas funcionem, é sempre necessário dar o braço a torcer, porque no final, ninguém é igual a ninguém e logo as opiniões irão divergir nos pontos mais comuns. É nessa hora que o sacrifício depende do nosso livre arbítrio, para que possamos desistir de algo ou alguém que amamos, para irmos em busca de algo ou alguém que amamos mais do que a nós mesmos.

E acredite; a sensação de perda não desaparecerá, mas o bem que o sacrifício nos traz irá nos ajudar a vencer a batalha que travamos dia após dia contra a angústia e a amargura... A angústia e a amargura que apagam a luz que existe em tudo que é verdadeiro em nossas vidas.

Espero que gostem;


Fiquem na Paz! :)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Que o Inverno Trouxe Pra Mim



Dias atrás, enquanto eu entrava em casa após retornar do trabalho, eu me deparei com uma cena da qual posso dizer que não é muito comum de se ver na minha rotina de vida.

Minha mãe estava assentada no sofá com a fisionomia um pouco abatida, como se estivesse chateada com algo. Ela estava conversando com minha tia e ambas riam muito, mas mesmo assim foi bem fácil notar um pouco de frustração no semblante dela, visto que minha Mãe não é daquelas que se deixa abater por qualquer coisa.

Logo que minha tia se foi, ela veio me perguntar se no meu guarda-roupas haviam algumas roupas de frio das quais eu pudesse me desfazer, pois havia uma pessoa pra quem ela queria doá-las – já é inverno; apesar do clima “tropical”, só quem vive aqui em São Domingos do Prata sabe que a nossa cidade sempre teve a fama de ser muito quente no verão e extremamente fria no inverno –. Eu respondi que sim e que eu iria separar as roupas. Aproveitei para perguntar se estava acontecendo alguma coisa, pois eu havia reparado que ela estava um pouco abatida... E logo ela veio com uma história pra me contar...

Nesse mesmo dia, de manhã cedinho, ela havia saído pra caminhar e durante o percurso, ela avistou uma criança andando apressada, de mochila nas costas indo pra escola, calçando um par de chinelos velhos, bem maiores que os pés, vestindo bermuda e uma camiseta um pouco suja e rasgada, com os braços encolhidos e emaranhados pelo frio latejante da manhã.
Quando se aproximou, ela a reconheceu. Essa criança vive perto da nossa casa junto com a família; é uma família carente, mas muito bondosa. São todos muito simples e também são gente muito honesta.

Então, minha Mãe perguntou a ela onde estava o seu agasalho, pois fazia muito frio, ainda era cedo e o sol não estava demonstrando muita vontade de se expor naquele dia; e a única resposta que obteve foi: “eu não tenho blusa de frio, Dona Bárbara”.
Enquanto eu ouvia as palavras saltarem da boca da minha Mãe, eu já podia imaginar o desfecho da história e a cada palavra pronunciada meu coração palpitava mais forte; surgiu em mim uma vontade súbita de chorar... Era como se eu tivesse uma dúzia de nós atarraxando a minha garganta.

Não vou negar que estou emocionado aqui, agora, e também não vou negar que é tamanha a minha dificuldade pra colocar essas palavras no papel. Há dias isso aconteceu, e há dias eu venho tentando escrever o que para alguns, são apenas palavras, mas para mim isso foi muito mais do que uma lição suficiente pra uma vida inteira.

“eu não tenho blusa de frio, Dona Bárbara”.

Honestamente, ouvir isso fez parecer como se o mundo tivesse acabado pra mim... Nesse instante, eu me senti vazio, como se eu fosse a pior pessoa do mundo. Me senti inútil, triste, fraco, egoísta... Não que eu não pudesse fazer nada para ajudar, porque afinal, a partir daquele instante eu já iria separar as blusas e calças para a minha Mãe fazer a doação que ela queria fazer.

Eu digo que me senti como seu eu fosse a pior pessoa do mundo, por todas as vezes em que eu passei perto dessa mesma criança na rua da minha casa e sequer quis observar se ela estava vestida, calçada ou com fome... Me senti egoísta por todas as vezes em que eu olhei à minha volta e tudo que eu pude ver foram as minhas ambições, sem me importar com as pessoas ao meu redor. Me senti triste, por todas as vezes em que eu estive focado apenas no futuro distante e por todas as vezes em que eu fechei os meus olhos pra não ver o que acontecia no presente bem à minha frente...

Por muitas vezes eu fiz caridade; participei de campanhas arrecadando alimentos e agasalhos, visitei asilos, crianças carentes... Por vezes fiz o bem ao próximo; Eu sei que eu fiz a minha parte, mas ainda assim, mesmo diante de tudo isso eu me senti inútil. Afinal, de que adianta carregar o mundo nas costas para ajudar um “desconhecido”, enquanto um vizinho bate à porta da minha casa à procura de um pedaço de pão pra matar uma fome implacável? E eu sequer pude notar a situação em que este se encontrava.

Há tempos eu não me sentia da forma como eu me sinto agora... Esse fato mexeu muito comigo e me fez pensar de uma forma diferente. Diante disso eu me emocionei, me arrependi, agradeci e agradeço a DEUS por tudo que tenho, principalmente pela minha Mãe, que no ápice da emoção se desfez de seu agasalho naquele momento, pra não deixar que aquela criança fosse pra escola com frio. Minha Mãe, que dos anjos que existem nesse mundo, eu sei que Ela é o que guarda a minha vida... Que veio até mim no momento em que eu, inconscientemente, mais precisava de alguém para me abrir os olhos e me fazer enxergar que enquanto eu reclamo das menores dificuldades, outras pessoas sofrem bem à minha frente, com frio, fome, sozinhas, doentes. Ela, que veio pra me fazer lembrar quem sou eu, de onde eu venho e que me fez ver novamente que até mesmo um sorriso bobo pode mudar completamente o rumo do dia de alguém.

Que possamos levar daqui em diante a lição de viver como pessoas mais observadoras ao que acontece à nossa volta.

Talvez as coisas que nós sempre buscamos estão bem diante de nossos olhos... Só nos basta querer enxergar.

Espero que gostem!

Fiquem na Paz! :)

terça-feira, 2 de julho de 2013

O Tempo Por Si Só



Em um sábado à noite, diga-se de passagem, normal, como outro qualquer, eu estou rodeado pelos amigos do dia-a-dia, assentado em volta de uma mesa de bar pra aliviar o estresse e pra atualizar as conversas que ficaram atrasadas, relembrar as memórias que se perderam ao longo do caos de mais uma semana que termina.

E por mais incrível que isso possa parecer, é agora, nesse exato momento, que as ideias começaram a fluir na minha cabeça e eu assumo as ferramentas do meu celular como um lápis e uma folha de papel e boto pra fora os meus pensamentos enquanto ouço os risos, as notícias e histórias.

Eu poderia dizer que isso é hipocrisia, ou então eu poderia dizer que essa atitude chega a ser até um pouco anti social de minha parte, mas ainda assim, eu prefiro aceitar que eu não sou muito adepto à "paixão nacional" e não tenho o hábito, muito menos conhecimento suficiente para discutir com os meus amigos sobre futebol. E por um lado isso acaba sendo bom, porque afinal, quem diria que esse texto iria surgir em uma mesa de bar?

O engraçado é que há algumas semanas, eu estava conversando com a Carol Souza sobre algumas coisas a respeito de nossas vidas, das ideias que temos sobre certas coisas, objetivos... e nessas idas e vindas, ela me questionou sobre o porquê de eu não estar mais escrevendo para o meu blog e eu respondi à ela que na verdade eu até tenho escrito algumas coisas, mas por falta de tempo e talvez até mesmo por falta de inspiração, todas essas coisas que eu escrevi, acabaram por não ter um fim.

E isso me deixa muito angustiado, porque escrever é uma das coisas que faz eu me sentir mais feliz e eu fico ainda mais angustiado pelo fato de eu ter passado pelo menos as últimas duas horas olhando pra essa “folha” em branco, sem saber por onde começar. É irônico, porque eu sempre preguei que tenho certa afinidade com a escrita, mas de um tempo para cá, por mais que eu me esforce, os meus pensamentos me sufocam e eu me perco em meio às palavras sem saber se vou conseguir expressar bem as coisas que sinto e se isso vai ter algum significado para alguém.

Agora que tudo começa a fluir, eu posso dizer através de todas essas palavras, que essa conversa com a Carol me fez parar um pouco pra pensar no ‘tempo’. E de lá pra cá, esse termo ficou soando na minha cabeça, como se fosse um sino que não parasse de bater... Essa conversa me fez parar pra pensar no quanto o tempo é precioso, e ao mesmo tempo, no quanto ele é injusto.

Eu digo precioso, porque ele faz com que a vida passe num piscar de olhos e dessa forma ele nos força a valorizar aquilo que somos e aquilo que temos hoje, para que assim, quando chegarmos ao final de nossas vidas, restem apenas boas lembranças e a certeza de que fizemos tudo que podíamos para vivermos uma vida melhor, como pessoas melhores, em um mundo melhor. Mas em contrapartida, o tempo é injusto porque direta ou indiretamente ele acaba tirando de nós aquilo que temos de mais precioso: as pessoas que amamos.

Hoje me bate um aperto tão grande no coração, exatamente por saber que até aqui a vida me levou tão longe e o quão distante ela colocou algumas pessoas de mim. Nesse instante eu olho à minha volta e posso olhar nos olhos desses meus amigos... Eu vejo esses sorrisos, esses rostos queridos que hoje estão ao meu lado, mas num amanhã não muito distante, só DEUS sabe onde eles estarão ou em que lugar do mundo eu estarei.

Muitas pessoas passam pelas nossas vidas. Algumas deixam pedaços, outras levam pedaços - muitas vezes, pedaços preciosos -. Todos os dias pessoas entram e saem dos nossos corações, mas nenhuma delas é capaz de suprir a falta daqueles especiais que se foram, ou que ficaram pra traz. E não importa em que lugar do mundo você esteja, ou com quem você esteja; quando estamos longe de casa, longe das pessoas que amamos, a única certeza que temos é a de que quanto mais o tempo passa, a sensação é de que estamos cada vez mais sozinhos.

Agradeço a DEUS pela vida que tenho, pela família que tenho, pelos amigos que tenho, pois eu sei que são eles, onde quer que eles estejam, que me transformam no melhor que eu posso ser.

E não importa aonde a vida vai me levar... eles sempre estarão comigo.

Essa é a certeza que eu tenho.

Espero que gostem.


Fiquem na PAZ! :)

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ao Acaso de Circunstâncias



“Existe uma maré na história dos homens. Deveríamos aceitar a enchente, pois ela nos leva à fortuna. Mas se omitida, a viagem da sua vida percorrerá vales e misérias... Num mar tão cheio agora flutuamos. E devemos pegar a corrente quando ela nos servir. Ou perder as aventuras que estão por vir.”

– William Shakespeare;


Há quem diga que um simples acaso pode transformar um momento qualquer em um dos mais importantes momentos de nossas vidas. E diante dos desafios que se levantam, eu não costumo fugir. Eu não me escondo “perante as garras ferozes das circunstâncias”. Eu sei que às vezes a vida se torna complicada, os obstáculos parecem cada vez maiores e o caminho mais árduo. Eu sei que às vezes nós perdemos a Fé, mas descobrimos rapidamente que é necessário acreditar, tanto quanto é necessário respirar, e que a Fé é tudo aquilo que temos, e ela é a nossa razão de existir.

Honestamente, eu acho que nesses meus 27 anos, eu já ‘morri’ pelo menos umas cem vezes, tentando entender “de onde vim, pra onde vou”... Travei enormes batalhas tentando entender aonde a vida vai me levar, mas descobri que, de certa forma, toda essa luta é em vão, por mais fácil que ela pareça ser; e descobri que não adianta querer brigar ou lutar pela simples certeza do ‘saber’, porque afinal, o futuro pertence a DEUS e a mais ninguém.

Eu sou pecador, como qualquer ser humano é. E como ninguém é perfeito, admito que cometo erros a todo instante. Admito que por certas vezes chorei enquanto ouvia uma música, caminhando sozinho pela madrugada; e descobri que às vezes a resposta que a gente tanto procura, é seguir em frente, manter o foco e tentar se manter absolutamente liberto de todas as amarras que as pessoas tentam te impor, haja o que houver.

Posso dizer que na minha vida, eu conheci muitos anjos. De algumas pessoas eu conheci o lado mais sombrio, e outras tantas, eu vi como são cheias de luz. E talvez, foi por isso que eu me tornei um cara um pouco fechado e extremamente cauteloso. Não pelas pessoas em si, mas pelo contraste que envolve as diferentes personalidades. Escuto tudo sobre todos à minha volta, guardo segredos obscuros, talvez, de pessoas que menos se imagina; mas raramente falo sobre mim. Não sou egoísta; e isso também não é porque eu não quero me expor ou porque eu tenho medo de me mostrar; quem convive comigo sabe que a minha vida é um livro aberto, mas em contrapartida, eu acredito que às vezes temos que guardar um pouco mais de nós para nós mesmos, para assim podermos refletir se somos o melhor que podemos.

E agora relembrando tudo isso, eu fico pensando em tudo que vivi em todos esses anos e acredito que na vida, o que todo mundo quer é ser feliz, indiferente da forma que a felicidade irá chegar. Todo mundo quer viver bem, sorrir, realizar sonhos e conquistas, amar e ser amado. Eu posso dizer com todas as letras, que conheci o amor; amei e ainda ouso acreditar que já fui amado intensamente. E cara, pode acreditar quando eu digo que aprendi muito com isso. Mas... como o amor envolve diversos sacrifícios, eu dei tudo de mim. Dei aquilo que eu tinha e corri atrás do que eu não tinha, aprendi tudo o que eu pude e ensinei tudo que eu sabia... mas como na vida nada é eterno, depois de um rápido piscar de olhos eu olhei pela janela e vi esse amor voar alto enquanto de dentro pra fora eu rasgava meu coração e arrancava as minhas asas, despencava do céu e me tornava humano de novo. Um pouco dolorido pela queda; um pouco frustrado pelas perdas; um pouco decepcionado pela incerteza, mas completamente consciente de que indiferente de qualquer coisa, no final das contas tudo isso valeu a pena.

Andei por muito tempo em mares de solidão. Levava nos olhos um olhar distante, como quem busca algo perdido no horizonte. Mas hoje eu sigo em frente, na luta, e levo no rosto um sorriso estampado, e ainda apesar de tudo, nas palavras de Rogério Flausino, eu “trago comigo a alegria de acreditar em dias melhores”.

Espero que gostem!

Fiquem na PAZ! :)