segunda-feira, 18 de junho de 2012




Entre Tropeços e Acertos;




Por Arthur de Ávila


Enquanto a cidade dorme, eu olho pela janela e viajo num universo distante, universo paralelo, onde a névoa fria da madrugada ofusca o brilho distante das poucas e persistentes estrelas que ainda restam no céu.

É nessas horas que eu fico tentando imaginar onde eu poderia estar nesse exato momento se eu levasse uma vida diferente, ou se pelo menos, eu tivesse feito escolhas diferentes lá atrás, quando tive a oportunidade bem na palma da minha mão...

Dizem por aí que tudo aquilo que vivemos hoje, é decorrente das escolhas que fizemos, e honestamente eu acredito, mas em contrapartida, eu admito que talvez eu prefira me esconder do incômodo de aceitar que certas coisas pelas quais eu passei e ainda tenho passado, sejam consequências de decisões, talvez as mais difíceis que eu já tomei em toda minha vida.

Uma das coisas que aprendi nessa vida louca é que no corre-corre do dia-a-dia, o tempo acaba pregando peças em mim... É como se em um dia eu estivesse sonhando e no outro, o sonho se tornasse realidade... E isso me assusta um pouco, porque de certa forma, quando vejo a velocidade com que as coisas vêm acontecendo, sejam elas boas ou ruins, a insegurança me atormenta e eu acabo sentindo como se eu não estivesse tão preparado para “viver tudo aquilo que há pra viver” e encarar a ironia do destino como talvez, uma forma de trapaça. Mas frente aos meus maiores desejos e sonhos, e embasado na canção de Renato Russo onde diz que “quem acredita sempre alcança”, cauteloso eu sigo em frente com garra e principalmente com Fé.

Acreditem ou não, mas não é de meu costume me arrepender por alguma coisa que eu já tenha feito. Com toda certeza, eu não me arrependo de ter tomado as decisões que tomei e também não me arrependo de ter aceitado certas coisas quando na verdade eu deveria tê-las negado.

Eu sou humano, confesso; cometi muitos erros, parti alguns corações, e como dada a causa sempre há uma consequência, assisti por algumas vezes o meu coração ser dilacerado. Aprendi severas lições como outras tantas pessoas, e me adaptei a conviver com o fato de que o arrependimento não vai me trazer a chance de voltar atrás e fazer uma escolha diferente. O que me resta, é tentar absorver e transformar tudo em aprendizado e amadurecimento.

Agora, pra falar a verdade; Não sei como eu cheguei até aqui... Confesso que às vezes eu fecho os meus olhos e sinto como se a vida tivesse continuado sem mim. Eu olho pra trás e vejo tanta, mas tanta coisa, que eu sinto como se já tivessem se passado mil anos e eu nem sequer percebi. E de repente eu abro os meus olhos e aqui estou eu... Envelhecendo sob sol e sob chuva, percorrendo esse árduo e longo caminho entre tropeços e acertos.

É... Há certas coisas que eu preciso entender... Outras tantas que eu quero entender, mas sei que talvez nunca entenderei... Talvez seja melhor assim...

Enquanto a cidade dorme, eu olho pela janela e sinto o silêncio e a paz vinda dos que se renderam ao cansaço de um longo dia e dormem tranquilos em suas casas... É nessas horas que eu repouso meus sonhos na paz que isso traz aos meus pensamentos e cada vez mais, eu sinto que a minha maior motivação pra seguir adiante, é ter a certeza de que com a Graça de DEUS, o melhor ainda está por vir.

Não sei dizer quando, nem onde...

Só me resta esperar...

Fiquem na paz! ;)

‘ . tente... e não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida .’