domingo, 17 de outubro de 2010

'. a arte de pensar, o medo de lembrar .'


Na semana passada, que é conhecida por muitos como “semana da criança”, ou como preferem chamar os fiéis, “semana de Nossa Senhora Aparecida, eu tive um pequeno deslize com a minha saúde. Sofri uma crise alérgica consideravelmente forte e acabei tendo que faltar ao trabalho por dois dias consecutivos com direito a atestado médico de afastamento e relatório de quadro de saúde indicado pelo médico como “ASMA”. Não entendi o porquê da “ASMA”, mas tudo bem. O “cara” é médico, então, vai entender né? Nesse período de afastamento, eu preferi ficar mais quieto em casa, pra auxiliar melhor na minha recuperação e já começar a próxima semana com o pé direito, já que a segunda-feira, pelo menos pra mim, é o dia mais assombroso da semana. No final das contas acabou sendo bom ficar em casa porque eu consegui tirar um tempo pra mim, o que há muito eu não fazia... Um tempo bom pra pensar, refletir sobre algumas coisas que até talvez não tenham nada a ver comigo, coisas que fogem por completo da minha alçada, mas que na maioria das vezes me incomodam muito. Mas isso agora não vem ao caso. Penso de cá, penso de lá, mexo daqui, mexo dali e quando abro uma gaveta, encontro, abandonado e todo empoeirado no fundo do meu guarda-roupa, um velho embrulho. Era uma embalagem do ovo da páscoa Serenata de Amor, que pelos meus cálculos deveriam ter pelo menos uns 5 anos que estava lá. Estava amarrado com uma fita de nylon, guardando um monte de lembranças que ganhei há alguns bons anos atrás. Pode parecer fútil, ou infantil, mas de certa forma, isso transformou meu dia, não pelo fato de apenas encontrar um embrulho todo sujo no fundo guarda-roupa, mas de reler e relembrar cada acontecimento que estava ali guardado e eu sequer imaginava. Encontrei fotos antigas, bilhetinhos da época da escola, cartões de natal, bilhetinhos de correio elegante, papéis de bala Ice-Kiss com aquelas mensagens mais idiotas e as piores cantadas de pedreiro, folhas secas de plantas, embalagens de bombons, cartinhas de amor... E por mera coincidência, ou por ironia do destino, ou por seja lá como vocês quiserem chamar, ontem, como de costume, por ser um sábado à noite, saí pra dar uma volta no centro da nossa badalada cidade e em reencontro e conversa com alguns amigos de longos anos relembramos coisas dos nossos passados. A forma como nos conhecemos, as aventuras que já tivemos, os amores reais e os amores “platônicos”, os melhores beijos, as melhores festas, as grandes “jogadas” e “esquemas táticos” dos quais, talvez, falaremos em uma outra oportunidade.
– É tão bom ficar lembrando o que a gente já fez né? - disse Roberta.

Ah, Roberta. Uma garota de seus vinte e poucos anos, de pele branca, cabelos pretos, cacheados. Bonita, elegante, educada. Pessoa por quem tenho um carinho imenso. E foi sincera ao dizer o quanto é bom relembrar o passado.
Sábio foi o bom e grande Pedro Bial na composição de “Bom, Ruim, Assim, Assim”, ao dizer:

“e como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade, pensando no que você fez na sua vida e no que a sua vida fez em você”.

Mas sejamos sinceros em concordar que nem todas as pessoas gostam das lembranças que tem. Melhor dizendo, todas as pessoas possuem pelo menos uma ou duas lembranças das quais gostariam de se esquecer por completo, gostariam de deixá-las se apagar e se perder no tempo. É óbvio que ninguém é composto apenas de boas recordações. Todos nós temos uma ferida que não cicatrizou, seja por um amor não correspondido ou mal correspondido, seja por uma discussão que gerou uma inimizade, ou na pior das hipóteses, pela perda de alguém querido, e encaremos o fato de que o problema é que ninguém gosta de admitir que existe uma ferida aberta no seu coração. É fato: As lembranças sempre serão lembranças. Mas poderá ser nessas lembranças que você irá encontrar as lições para aprender a não cometer os mesmos erros. São nessas lembranças que você poderá encontrar o conforto e o calor que você tanto busca pra te aquecer num dia triste de inverno. Por mais difícil que seja, são nessas lembranças que você poderá tirar o carinho para usar em benefício do próximo, mesmo este tendo te magoado profundamente e são nessas lembranças que você vai aprender que um simples “muito obrigado” faz todo o seu esforço valer à pena. São nessas lembranças que você poderá aprender a se colocar no lugar das outras pessoas antes de ofendê-las ou criticá-las. São nessas lembranças que você poderá aprender a dar o outro lado da face ao invés de revidar com pedras.
São nessas lembranças que você poderá sentir o desprazer de ser ignorado ou desiludido por alguém que você ama verdadeiramente e nessas mesmas lembranças você poderá sentir o sabor de superar toda a dor e chutar a tristeza pra lá e dizer que deu a volta por cima. São dessas lembranças que você vai tirar o incentivo pra fazer o melhor que puder, hoje, amanhã ou pelo resto da sua vida, seja no trabalho, com a sua família, no seu círculo de amizades. São nessas lembranças que você vai sentir de volta os bons momentos que viveu com aquela pessoa que não está mais presente entre nós e isto te trará a saudade de viver tudo e fazer tudo de novo... E isto te trará a certeza de que onde quer que ela esteja, por mais longe que seja ela estará sempre com você, olhando por você...
São nessas lembranças que você vai saber definir quem são seus verdadeiros amigos, aqueles que estão sempre contigo haja o que houver, fazendo valer o ditado que “os amigos são a família que DEUS nos permitiu escolher” e aprende a valorizar e a aceitar cada um deles da forma como eles são. São nessas lembranças que você irá conhecer o verdadeiro significado das palavras que são essenciais em cada dia da sua vida, como a humildade, a honestidade, o respeito, a paz e a Fé, que como diria Lázaro Ramos, “é toda certeza que dispensa provas”. São nessas lembranças que você poderá enxergar que é mais fácil evitar uma briga do que sair dela depois. São nessas lembranças que você irá compreender que haverá muitos dias em que você irá caminhar próximo da escuridão, mas compreenderá também que há uma Lanterna bem lá em cima, sobre a sua cabeça que nunca deixa a sua Luz Divina se apagar. São nessas lembranças que você vai poder se divertir, olhar pra traz e ver que você tem todo um passado cheio de recordações. Se elas são boas ou ruins, isso não importa. O que importa é o que você constrói com elas. E o que você prefere? Construir uma ponte ou uma muralha?
É como eu disse no post anterior:
“o importante é não se amargar pelas decepções da vida”
Que DEUS abençoe cada um de vocês! Boa semana pra todo mundo!
Fiquem na Paz! :)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O seu destino, é você quem faz?

Há alguns dias atrás, logo após o almoço, eu estava assentado em um velho banco de madeira no terreiro da minha casa, pensando sobre coisas que acontecem na minha vida e tentando achar alguma explicação plausível para esses acontecimentos, que por vezes são muito desesperadores.
Era uma segunda-feira, fria, nublada, aliás, um dia bem comum em um típico “quase inverno” aqui nesse interior cercado pelas estradas reais e pelo minério de ferro.

Eu estava sozinho, fantasiando a aparição de um belo raio de sol para aquecer os dedos das mãos que por algum exagero estavam “quase” congelados, quando de repente me veio uma vontade súbita de chorar e por coincidência, como diriam alguns, alguém se assenta bem ao meu lado mudando completamente o rumo do meu dia e esse alguém? Era minha Avó. Irônico como as vezes, as pessoas de quem menos lembramos são as que causam um impacto maior sobre nós.
Ela é uma senhora já idosa, de seus oitenta e poucos anos, cabelos grisalhos, literalmente brancos e pele bem enrugada, detalhes físicos que são indícios de uma vida longa, bem vivida e bem sofrida, mas que absolutamente nenhuma negatividade conseguiu abalar a alegria de viver que essa mulher carrega estampada no rosto.


Começamos a falar sobre como os tempos têm mudado. Como as coisas vêm sofrendo mutações desde os primórdios até os atuais, digamos assim. Acho interessante conversar com alguém mais velho, porque eles sempre dizem que “na minha época não era assim que funcionava”, ou “na minha época não existia nada disso” e se pararmos pra pensar, eles tem toda a razão.


Entre um assunto e outro, minha avó começou a me contar sobre como a minha família foi criada com muita dificuldade. Me contou que a primeira vez que minha mãe colocou sapatos nos pés fora com 14 anos de idade e que meus tios também não tinham calçados, nem roupas de frio. Saíam todos os dias de madrugada, muitas vezes até sem comer nada e caminhavam por quilômetros para chegar na escola. Contou que os cadernos que eram utilizados por eles, quando chegavam ao final, tinham que ser apagados no início para serem usados novamente. E quando faltava dinheiro para os cadernos, meu avô vinha até a cidade à pé, para comprar os mantimentos e pedia ao mercador pedaços de papel (desses que se enrola pão) para que os filhos usassem na escola.


Engraçado que até pouco tempo antes dela chegar e começar a conversar comigo, eu achava que eu tinha todos os problemas do mundo. E ouvindo tudo isso, eu vi claramente que eu não tinha 1/3 dos problemas que a minha família passou e que eu devia dar Graças a DEUS por isso.
Nesse momento, eu que me sentia distante da minha família, senti de volta uma aproximação, uma sensação de estar “voltando pra casa”. Tudo bem que é meio estranho, depois de tanto tempo longe, a gente simplesmente “voltar pra casa”. Tudo parece igual... O mesmo cheiro, as mesmas paredes e cores... Você pensa que tudo mudou mas aí a ficha acaba caindo e você percebe que quem mudou foi você.


As vidas de muitas famílias, de muitas pessoas são praticamente idênticas à minha vida, à vida da minha família, ou até mesmo piores que as nossas vidas juntas. E muitos de nós ficamos por aí, solitários, nos matando por coisas que são tão fúteis enquanto outros lutam por alguma coisa pra comer ou pra vestir. Quantos de nós resolvemos nos recolher, nos trancar em nossos quartos e casas? Quantos de nós nos recusamos a olhar à nossa volta e a dar amor ao próximo? Amar o igual é fácil, mas quantos de nós nos prontificamos a amar o diferente? Quantos de nós deixamos a vida passar ao invés de levantar e lutar com garra e sabedoria?


Já se passaram 24 anos da minha vida e olhando agora para o que eu fiz em todos esses anos atrás, e para todas as esperanças e sonhos que eu tenho, eu chego à conclusão que; se ter as coisas realizadas da forma como você quer for a medida para uma vida de sucesso, então algumas pessoas diriam que eu sou um fracasso. Mas esses poucos minutos de conversa com minha avó me fizeram lembrar que a coisa mais importante é não se amargar pelas decepções... É aprender a deixar o passado para trás e lutar visando sempre o adiante. Eu reconheço que nem todos os dias dessa batalha serão ensolarados, mas quando você se encontrar perdido na escuridão e no desespero, lembre-se que é somente na escuridão da noite, que podemos ver as estrelas.



Só DEUS sabe onde a vida te levará!



A estrada é longa, irmão... E no fim, a jornada é o destino.


Fiquem na Paz! :)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Qual é o Problema, ou qual é a SOLUÇÃO?

No dia 31 de Maio do ano de 2010, exatamente às 20:12 horas, eu me deparo com uma folha em branco do Word e um monte de pensamentos que fluem aleatoriamente, mas ao mesmo tempo que eu quero transcrever tudo que sinto, tudo que penso, eu travo uma batalha enorme para colocar em ordem tudo que está dentro dessa caixinha mágica, chamada CORAÇÃO!

Sei lá cara! É estranho tentar expressar o que a gente sente através de um “papel”. Isso parece tão... Vazio. Mas enfim, vamos lá.

São tantas coisas que acontecem nas nossas vidas... Parece que nossa cabeça não vai agüentar. Às vezes achamos que vamos enlouquecer, por causa dos tantos problemas que não se resolvem com tanta facilidade. Olhamos à nossa volta e vemos tantas pessoas felizes; e então sentimos inveja, mas não é aquela inveja ruim, e não que sejamos infelizes. Sentimos inveja pelo fato de pensarmos que estas pessoas são tão completas, são tão cheias de coisas boas que os problemas não aparecem pra elas da mesma forma que aparecem pra nós. Sentimos inveja por talvez termos as mesmas oportunidades que essas pessoas têm e tomarmos decisões tão diferentes que com certeza nos levarão a caminhos bem distintos, pois enfim, cada um tem um destino a seguir, não é?



Sentimos dentro de nós um grande VAZIO, onde não sabemos ou fingimos não saber qual é a solução de que tanto necessitamos. Sentimos a DOR, onde nos colocamos como os seres mais inferiores do universo, cheios de defeitos e sem absolutamente nenhuma qualidade pelo simples fato de pensar que ninguém nos nota. Sentimos o aperto da DECEPÇÃO, quando acabamos fazendo alguma coisa da qual nos arrependeremos por um bom tempo, ou talvez pelo resto das nossas vidas, e o pior de tudo é saber que tomamos essas decisões para sentir-nos como os tais, aqueles que não cedem nunca, que não abaixam a cabeça pra ninguém. Tudo bem, depois que você relaxa e esfria a cabeça é que você para pra pensar em tudo que fez e se depara com uma enorme QUEDA; que é quando percebemos que realmente não valeu à pena, mas já é muito tarde pra voltar atrás. E então vem a SOFRIMENTO, o sentimento de REJEIÇÃO, quando a gente vive, vive, vive, conhece pessoas e mais pessoas e quanto mais o tempo passa, mais se tem a impressão de estar completamente só. Daí cometemos o erro de viver apenas de ANGÚSTIAS, onde nem todo o tempo do mundo é o suficente pra tentar concertar os tantos erros e idiotices que acabamos cometendo e onde o sentimento de CULPA fala mais alto que qualquer outra coisa e lá longo, bem no fundo, nós sabemos que vamos ter que aprender a conviver com o peso do mundo nas costas. E por fim, quando nos deparamos com o ABISMO, achamos que não há solução alguma para os nossos problemas. É aí que a gente acaba desistindo completamente de todos os sentimentos e prazeres, deixando-nos levar por tudo que há de negativo. Acabamos entregando os pontos e literalmente chutando o balde, ou o pau da barraca com um ditado muito utilizado onde sem nem prestar atenção citamos o que é a chave pra abrir todas as portas que foram trancadas: DEUS.



Quisera eu saber citar palavras bonitas para falar do quanto é maravilhoso o Amor de DEUS. É algo que não tem explicação. É apenas sentimento, um sentimento de proteção e de paz. Um sentimento de estar sendo abraçado por Alguém que te quer muito bem e que com certeza é a SOLUÇÃO de todos os seus problemas. Quem é que nunca se emocionou, se sentiu tocado em um momento de adoração e louvor onde consegue-se sentir o CRISTO vivo, recussitado, bem à nossa frente? É mais que fato os olhos se encherem de lágrimas quando o padre nos apresenta o Corpo e o Sangue de Cristo, que foi entregue à cruz para nos salvar, para nos curar e nos redimir de todos os nossos pecados.



Entendeu agora que amor é esse?



Fiquem em Paz! :)