quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

22 de Janeiro de 1986



Há 28 anos atrás, o mundo surgia diante de mim, e hoje, pela Glória do Nosso Senhor Jesus Cristo, aqui estou eu, com saúde e de pé!

Admito que o tempo voou... não sei se sou eu que ando mais ocupado, com muito mais coisas pra fazer ou se o tempo realmente passou mais rápido que o normal no decorrer desses anos...

Parece mesmo que foi ontem... Eu era apenas um garoto normal, sem muito o que fazer, sem muita coisa pra me preocupar... E de repente, eu me olho no espelho e já consigo perceber algumas rugas, uns poucos fios de cabelo mais grisalhos...

Ainda há poucos dias, numa conversa com os amigos, relembrávamos da nossa adolescência, onde respondíamos caderninhos de perguntas, tais como “com quantos anos pretende se casar”, “quantos filhos pretende ter”, “o que você quer ser quando crescer”, “onde você quer morar”...

É! O tempo voou...

É muito raro eu parar pra pensar nessas coisas, mas com os olhos abertos eu vejo diante de mim o futuro pelo qual eu tanto esperei enquanto criança e percebo que, com o andar da minha vida eu consegui alcançar vários objetivos, mas em contrapartida muita coisa também acabou ficando pra trás... sonhos se foram, pessoas se perderam...

Eu acho que uma das grandes ironias da vida é que a gente pensa sempre no sentido contrário... A gente tem pressa pra crescer, adquirir as nossas responsabilidades, conquistar a nossa independência. Nós vivemos as nossas vidas criando expectativas de um futuro brilhante, sem termos sequer a minúscula ideia do que nos aguarda do lado de fora das nossas casas. A gente se apressa pra chegar onde queremos, mas depois lamentamos pelo tempo ter passado tão rápido, e talvez, por termos perdido a chance de aproveitar melhor a nossa infância. Pensamos tanto no futuro e aguardamos tão ansiosamente por ele que acabamos nos esquecendo de viver e aproveitar aquilo que somos e o que temos agora.

E quando o futuro vem bater à nossa porta, não importa quantos sonhos você tenha conseguido realizar, a sensação que se tem é a de que alguma coisa ficou perdida lá atrás e não há mais como recuperar.

Não posso reclamar de nada, pois afinal, até aqui DEUS me deu a chance de ter muitos dos meus sonhos realizados e Ele me dá a cada dia, a certeza de que muitos outros sonhos e realizações estão por vir.

De fato, que é até engraçado o que eu vou dizer agora, mas eu fico um pouco assustado de pensar que o futuro que um dia eu desejei que chegasse logo, está aqui bem à minha frente; e mesmo com muitos dos meus sonhos realizados, a minha vida ainda está virada de ponta-cabeça. Eu não diria que não estou preparado pra viver o que me espera, mas se eu pudesse voltar no tempo e aproveitar um pouco mais do que eu perdi, do que eu deixei de viver muito cedo, com certeza, essa seria a minha escolha.

Sou muito grato a DEUS pela vida que eu tenho, pelo meu emprego, família e amigos e principalmente pela chance de abrir os meus olhos a cada manhã, pela chance de recomeçar a cada novo ano de vida que se inicia.

Agradeço à cada um de vocês que dedicou um pouquinho do seu tempo pra me desejar Felicidades nessa data. Que DEUS abençoe a vida de cada um!

Um forte abraço;

Fiquem na Paz! ;)


“Se eu pudesse, enfim, te passar todas as minhas experiências ruins e frustrações já processadas, naquela fase em que já viraram lição de vida, ou no máximo uma dorzinha seca que a gente sente às vezes no fundo da garganta, eu faria isso com urgência, e isso me daria paz e alívio. Só que ficou estabelecido que cada um tem que cometer seus próprios erros, ter suas próprias decepções e lidar de maneira pessoal e intransferível com a carga de dor que faz parte da vida. Então, eu só posso ficar aqui na torcida, pedindo que por favor, por favor, por favor, supere as tristezas e não chore, não chore nunca mais.“

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sacrifício; Pelo Que Há de Melhor

Há alguns dias atrás, mais precisamente no domingo passado, eu estava em casa, deitado, assistindo alguns episódios do seriado “Falling Skies” (que por sinal, é muito bom e eu recomendo. rsrs), e entre um episódio e outro, numa pausa pra esticar os ossos e tomar um café, me peguei distraído observando a TV durante a programação do “Criança Esperança”. Nesse momento, quem se apresentava era o Luan Santana, cantando a música “Te Esperando” que está entre as mais tocadas das paradas musicais do Brasil.

Não sou fã do Luan Santana, nunca fui, mas enquanto eu ouvia aquela letra (que salvo a exceção, é muito bacana), uma série de coisas passou pela minha cabeça e eu até me surpreendi pensando nas diversas situações pelas quais a gente costuma passar – algumas delas, constrangedoras – e nas difíceis decisões e nos vários sacrifícios que temos que fazer ao longo de nossas vidas.

Toda a história dessa música gira em torno de um amor platônico, imperfeito, mas que mesmo com todas as dificuldades, é eternamente duradouro, para uma das partes, pelo menos. Ela gira em torno do que diz respeito ao esperar pra sempre, custe o que custar, indiferente das coisas que teremos de suportar, do orgulho que tenhamos que engolir e do tempo que tenhamos que perder, vivendo apenas na expectativa e com a esperança de que esse amor possa vir a dar certo algum dia.

Eu acho que como a maioria das pessoas, eu também sempre quis um amor pra vida toda. Eu acho que no final das contas, é apenas isso que a gente busca; paz, bem estar, e ter alguém com quem passar as horas dos incontáveis dias pra rir das suas piadas sem graça. Alguém pra perguntar ‘como foi o seu dia?’ quando chegar do trabalho e pra te dar um abraço apertado, te oferecer colo e apoio em um momento difícil. Alguém que vai cuidar de você quando você mais precisar e que vai te dizer que ‘aconteça o que acontecer, tudo vai ficar bem’.

Encontrar essa pessoa talvez nem seja tão difícil. Eu acredito que o maior problema é que para conquistar alguém e pra ter essa pessoa sempre presente ao seu lado, é necessário abdicar de muitas coisas e infelizmente nós quase nunca estamos dispostos a abrir mão de algo para chegarmos aonde queremos chegar, entende?

Na vida, é através de passos alternados entre perdas e ganhos, silêncio e gritos, que aqui vamos nós... trilhando os nossos caminhos... Amamos, abrimos mão, erramos, sofremos, nos recuperamos; amamos, abrimos mão, erramos, sofremos, nos recuperamos novamente e assim por diante, a vida segue indiferente e pontualmente o seu rumo.

Eu não vim até aqui pra julgar, nem criticar ninguém. Muito pelo contrário; deixo apenas minha opinião sobre as nossas escolhas, sacrifícios, renúncias... Ultimamente, as pessoas já escutam a palavra ‘sacrifício’ com aversão, medo de que algo seja tirado delas, ou então imaginam que terão que abrir mão de algo que não podem viver sem. ‘Sacrifício’ para essas pessoas significa dor, perda, mesmo elas tendo a convicção de que nos dias de hoje, nós vivemos em um mundo que nos diz que podemos ter tudo o que quisermos.

Mas eu acho que o fato de abrir mão de algo, a renúncia, o ‘sacrifício’ em si, são para nós como lições de vida, conquistas, mesmo que seja difícil de perceber... O sacrifício não depende apenas das nossas necessidades, mas sim das necessidades do bem como um todo. Ele é a balança que mantém o equilíbrio entre os relacionamentos. O sacrifício é o nosso bom senso para com o direito de escolha e a nossa consciência que, para que as coisas funcionem conforme queremos que elas funcionem, é sempre necessário dar o braço a torcer, porque no final, ninguém é igual a ninguém e logo as opiniões irão divergir nos pontos mais comuns. É nessa hora que o sacrifício depende do nosso livre arbítrio, para que possamos desistir de algo ou alguém que amamos, para irmos em busca de algo ou alguém que amamos mais do que a nós mesmos.

E acredite; a sensação de perda não desaparecerá, mas o bem que o sacrifício nos traz irá nos ajudar a vencer a batalha que travamos dia após dia contra a angústia e a amargura... A angústia e a amargura que apagam a luz que existe em tudo que é verdadeiro em nossas vidas.

Espero que gostem;


Fiquem na Paz! :)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Que o Inverno Trouxe Pra Mim



Dias atrás, enquanto eu entrava em casa após retornar do trabalho, eu me deparei com uma cena da qual posso dizer que não é muito comum de se ver na minha rotina de vida.

Minha mãe estava assentada no sofá com a fisionomia um pouco abatida, como se estivesse chateada com algo. Ela estava conversando com minha tia e ambas riam muito, mas mesmo assim foi bem fácil notar um pouco de frustração no semblante dela, visto que minha Mãe não é daquelas que se deixa abater por qualquer coisa.

Logo que minha tia se foi, ela veio me perguntar se no meu guarda-roupas haviam algumas roupas de frio das quais eu pudesse me desfazer, pois havia uma pessoa pra quem ela queria doá-las – já é inverno; apesar do clima “tropical”, só quem vive aqui em São Domingos do Prata sabe que a nossa cidade sempre teve a fama de ser muito quente no verão e extremamente fria no inverno –. Eu respondi que sim e que eu iria separar as roupas. Aproveitei para perguntar se estava acontecendo alguma coisa, pois eu havia reparado que ela estava um pouco abatida... E logo ela veio com uma história pra me contar...

Nesse mesmo dia, de manhã cedinho, ela havia saído pra caminhar e durante o percurso, ela avistou uma criança andando apressada, de mochila nas costas indo pra escola, calçando um par de chinelos velhos, bem maiores que os pés, vestindo bermuda e uma camiseta um pouco suja e rasgada, com os braços encolhidos e emaranhados pelo frio latejante da manhã.
Quando se aproximou, ela a reconheceu. Essa criança vive perto da nossa casa junto com a família; é uma família carente, mas muito bondosa. São todos muito simples e também são gente muito honesta.

Então, minha Mãe perguntou a ela onde estava o seu agasalho, pois fazia muito frio, ainda era cedo e o sol não estava demonstrando muita vontade de se expor naquele dia; e a única resposta que obteve foi: “eu não tenho blusa de frio, Dona Bárbara”.
Enquanto eu ouvia as palavras saltarem da boca da minha Mãe, eu já podia imaginar o desfecho da história e a cada palavra pronunciada meu coração palpitava mais forte; surgiu em mim uma vontade súbita de chorar... Era como se eu tivesse uma dúzia de nós atarraxando a minha garganta.

Não vou negar que estou emocionado aqui, agora, e também não vou negar que é tamanha a minha dificuldade pra colocar essas palavras no papel. Há dias isso aconteceu, e há dias eu venho tentando escrever o que para alguns, são apenas palavras, mas para mim isso foi muito mais do que uma lição suficiente pra uma vida inteira.

“eu não tenho blusa de frio, Dona Bárbara”.

Honestamente, ouvir isso fez parecer como se o mundo tivesse acabado pra mim... Nesse instante, eu me senti vazio, como se eu fosse a pior pessoa do mundo. Me senti inútil, triste, fraco, egoísta... Não que eu não pudesse fazer nada para ajudar, porque afinal, a partir daquele instante eu já iria separar as blusas e calças para a minha Mãe fazer a doação que ela queria fazer.

Eu digo que me senti como seu eu fosse a pior pessoa do mundo, por todas as vezes em que eu passei perto dessa mesma criança na rua da minha casa e sequer quis observar se ela estava vestida, calçada ou com fome... Me senti egoísta por todas as vezes em que eu olhei à minha volta e tudo que eu pude ver foram as minhas ambições, sem me importar com as pessoas ao meu redor. Me senti triste, por todas as vezes em que eu estive focado apenas no futuro distante e por todas as vezes em que eu fechei os meus olhos pra não ver o que acontecia no presente bem à minha frente...

Por muitas vezes eu fiz caridade; participei de campanhas arrecadando alimentos e agasalhos, visitei asilos, crianças carentes... Por vezes fiz o bem ao próximo; Eu sei que eu fiz a minha parte, mas ainda assim, mesmo diante de tudo isso eu me senti inútil. Afinal, de que adianta carregar o mundo nas costas para ajudar um “desconhecido”, enquanto um vizinho bate à porta da minha casa à procura de um pedaço de pão pra matar uma fome implacável? E eu sequer pude notar a situação em que este se encontrava.

Há tempos eu não me sentia da forma como eu me sinto agora... Esse fato mexeu muito comigo e me fez pensar de uma forma diferente. Diante disso eu me emocionei, me arrependi, agradeci e agradeço a DEUS por tudo que tenho, principalmente pela minha Mãe, que no ápice da emoção se desfez de seu agasalho naquele momento, pra não deixar que aquela criança fosse pra escola com frio. Minha Mãe, que dos anjos que existem nesse mundo, eu sei que Ela é o que guarda a minha vida... Que veio até mim no momento em que eu, inconscientemente, mais precisava de alguém para me abrir os olhos e me fazer enxergar que enquanto eu reclamo das menores dificuldades, outras pessoas sofrem bem à minha frente, com frio, fome, sozinhas, doentes. Ela, que veio pra me fazer lembrar quem sou eu, de onde eu venho e que me fez ver novamente que até mesmo um sorriso bobo pode mudar completamente o rumo do dia de alguém.

Que possamos levar daqui em diante a lição de viver como pessoas mais observadoras ao que acontece à nossa volta.

Talvez as coisas que nós sempre buscamos estão bem diante de nossos olhos... Só nos basta querer enxergar.

Espero que gostem!

Fiquem na Paz! :)

terça-feira, 2 de julho de 2013

O Tempo Por Si Só



Em um sábado à noite, diga-se de passagem, normal, como outro qualquer, eu estou rodeado pelos amigos do dia-a-dia, assentado em volta de uma mesa de bar pra aliviar o estresse e pra atualizar as conversas que ficaram atrasadas, relembrar as memórias que se perderam ao longo do caos de mais uma semana que termina.

E por mais incrível que isso possa parecer, é agora, nesse exato momento, que as ideias começaram a fluir na minha cabeça e eu assumo as ferramentas do meu celular como um lápis e uma folha de papel e boto pra fora os meus pensamentos enquanto ouço os risos, as notícias e histórias.

Eu poderia dizer que isso é hipocrisia, ou então eu poderia dizer que essa atitude chega a ser até um pouco anti social de minha parte, mas ainda assim, eu prefiro aceitar que eu não sou muito adepto à "paixão nacional" e não tenho o hábito, muito menos conhecimento suficiente para discutir com os meus amigos sobre futebol. E por um lado isso acaba sendo bom, porque afinal, quem diria que esse texto iria surgir em uma mesa de bar?

O engraçado é que há algumas semanas, eu estava conversando com a Carol Souza sobre algumas coisas a respeito de nossas vidas, das ideias que temos sobre certas coisas, objetivos... e nessas idas e vindas, ela me questionou sobre o porquê de eu não estar mais escrevendo para o meu blog e eu respondi à ela que na verdade eu até tenho escrito algumas coisas, mas por falta de tempo e talvez até mesmo por falta de inspiração, todas essas coisas que eu escrevi, acabaram por não ter um fim.

E isso me deixa muito angustiado, porque escrever é uma das coisas que faz eu me sentir mais feliz e eu fico ainda mais angustiado pelo fato de eu ter passado pelo menos as últimas duas horas olhando pra essa “folha” em branco, sem saber por onde começar. É irônico, porque eu sempre preguei que tenho certa afinidade com a escrita, mas de um tempo para cá, por mais que eu me esforce, os meus pensamentos me sufocam e eu me perco em meio às palavras sem saber se vou conseguir expressar bem as coisas que sinto e se isso vai ter algum significado para alguém.

Agora que tudo começa a fluir, eu posso dizer através de todas essas palavras, que essa conversa com a Carol me fez parar um pouco pra pensar no ‘tempo’. E de lá pra cá, esse termo ficou soando na minha cabeça, como se fosse um sino que não parasse de bater... Essa conversa me fez parar pra pensar no quanto o tempo é precioso, e ao mesmo tempo, no quanto ele é injusto.

Eu digo precioso, porque ele faz com que a vida passe num piscar de olhos e dessa forma ele nos força a valorizar aquilo que somos e aquilo que temos hoje, para que assim, quando chegarmos ao final de nossas vidas, restem apenas boas lembranças e a certeza de que fizemos tudo que podíamos para vivermos uma vida melhor, como pessoas melhores, em um mundo melhor. Mas em contrapartida, o tempo é injusto porque direta ou indiretamente ele acaba tirando de nós aquilo que temos de mais precioso: as pessoas que amamos.

Hoje me bate um aperto tão grande no coração, exatamente por saber que até aqui a vida me levou tão longe e o quão distante ela colocou algumas pessoas de mim. Nesse instante eu olho à minha volta e posso olhar nos olhos desses meus amigos... Eu vejo esses sorrisos, esses rostos queridos que hoje estão ao meu lado, mas num amanhã não muito distante, só DEUS sabe onde eles estarão ou em que lugar do mundo eu estarei.

Muitas pessoas passam pelas nossas vidas. Algumas deixam pedaços, outras levam pedaços - muitas vezes, pedaços preciosos -. Todos os dias pessoas entram e saem dos nossos corações, mas nenhuma delas é capaz de suprir a falta daqueles especiais que se foram, ou que ficaram pra traz. E não importa em que lugar do mundo você esteja, ou com quem você esteja; quando estamos longe de casa, longe das pessoas que amamos, a única certeza que temos é a de que quanto mais o tempo passa, a sensação é de que estamos cada vez mais sozinhos.

Agradeço a DEUS pela vida que tenho, pela família que tenho, pelos amigos que tenho, pois eu sei que são eles, onde quer que eles estejam, que me transformam no melhor que eu posso ser.

E não importa aonde a vida vai me levar... eles sempre estarão comigo.

Essa é a certeza que eu tenho.

Espero que gostem.


Fiquem na PAZ! :)

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ao Acaso de Circunstâncias



“Existe uma maré na história dos homens. Deveríamos aceitar a enchente, pois ela nos leva à fortuna. Mas se omitida, a viagem da sua vida percorrerá vales e misérias... Num mar tão cheio agora flutuamos. E devemos pegar a corrente quando ela nos servir. Ou perder as aventuras que estão por vir.”

– William Shakespeare;


Há quem diga que um simples acaso pode transformar um momento qualquer em um dos mais importantes momentos de nossas vidas. E diante dos desafios que se levantam, eu não costumo fugir. Eu não me escondo “perante as garras ferozes das circunstâncias”. Eu sei que às vezes a vida se torna complicada, os obstáculos parecem cada vez maiores e o caminho mais árduo. Eu sei que às vezes nós perdemos a Fé, mas descobrimos rapidamente que é necessário acreditar, tanto quanto é necessário respirar, e que a Fé é tudo aquilo que temos, e ela é a nossa razão de existir.

Honestamente, eu acho que nesses meus 27 anos, eu já ‘morri’ pelo menos umas cem vezes, tentando entender “de onde vim, pra onde vou”... Travei enormes batalhas tentando entender aonde a vida vai me levar, mas descobri que, de certa forma, toda essa luta é em vão, por mais fácil que ela pareça ser; e descobri que não adianta querer brigar ou lutar pela simples certeza do ‘saber’, porque afinal, o futuro pertence a DEUS e a mais ninguém.

Eu sou pecador, como qualquer ser humano é. E como ninguém é perfeito, admito que cometo erros a todo instante. Admito que por certas vezes chorei enquanto ouvia uma música, caminhando sozinho pela madrugada; e descobri que às vezes a resposta que a gente tanto procura, é seguir em frente, manter o foco e tentar se manter absolutamente liberto de todas as amarras que as pessoas tentam te impor, haja o que houver.

Posso dizer que na minha vida, eu conheci muitos anjos. De algumas pessoas eu conheci o lado mais sombrio, e outras tantas, eu vi como são cheias de luz. E talvez, foi por isso que eu me tornei um cara um pouco fechado e extremamente cauteloso. Não pelas pessoas em si, mas pelo contraste que envolve as diferentes personalidades. Escuto tudo sobre todos à minha volta, guardo segredos obscuros, talvez, de pessoas que menos se imagina; mas raramente falo sobre mim. Não sou egoísta; e isso também não é porque eu não quero me expor ou porque eu tenho medo de me mostrar; quem convive comigo sabe que a minha vida é um livro aberto, mas em contrapartida, eu acredito que às vezes temos que guardar um pouco mais de nós para nós mesmos, para assim podermos refletir se somos o melhor que podemos.

E agora relembrando tudo isso, eu fico pensando em tudo que vivi em todos esses anos e acredito que na vida, o que todo mundo quer é ser feliz, indiferente da forma que a felicidade irá chegar. Todo mundo quer viver bem, sorrir, realizar sonhos e conquistas, amar e ser amado. Eu posso dizer com todas as letras, que conheci o amor; amei e ainda ouso acreditar que já fui amado intensamente. E cara, pode acreditar quando eu digo que aprendi muito com isso. Mas... como o amor envolve diversos sacrifícios, eu dei tudo de mim. Dei aquilo que eu tinha e corri atrás do que eu não tinha, aprendi tudo o que eu pude e ensinei tudo que eu sabia... mas como na vida nada é eterno, depois de um rápido piscar de olhos eu olhei pela janela e vi esse amor voar alto enquanto de dentro pra fora eu rasgava meu coração e arrancava as minhas asas, despencava do céu e me tornava humano de novo. Um pouco dolorido pela queda; um pouco frustrado pelas perdas; um pouco decepcionado pela incerteza, mas completamente consciente de que indiferente de qualquer coisa, no final das contas tudo isso valeu a pena.

Andei por muito tempo em mares de solidão. Levava nos olhos um olhar distante, como quem busca algo perdido no horizonte. Mas hoje eu sigo em frente, na luta, e levo no rosto um sorriso estampado, e ainda apesar de tudo, nas palavras de Rogério Flausino, eu “trago comigo a alegria de acreditar em dias melhores”.

Espero que gostem!

Fiquem na PAZ! :)

segunda-feira, 18 de junho de 2012




Entre Tropeços e Acertos;




Por Arthur de Ávila


Enquanto a cidade dorme, eu olho pela janela e viajo num universo distante, universo paralelo, onde a névoa fria da madrugada ofusca o brilho distante das poucas e persistentes estrelas que ainda restam no céu.

É nessas horas que eu fico tentando imaginar onde eu poderia estar nesse exato momento se eu levasse uma vida diferente, ou se pelo menos, eu tivesse feito escolhas diferentes lá atrás, quando tive a oportunidade bem na palma da minha mão...

Dizem por aí que tudo aquilo que vivemos hoje, é decorrente das escolhas que fizemos, e honestamente eu acredito, mas em contrapartida, eu admito que talvez eu prefira me esconder do incômodo de aceitar que certas coisas pelas quais eu passei e ainda tenho passado, sejam consequências de decisões, talvez as mais difíceis que eu já tomei em toda minha vida.

Uma das coisas que aprendi nessa vida louca é que no corre-corre do dia-a-dia, o tempo acaba pregando peças em mim... É como se em um dia eu estivesse sonhando e no outro, o sonho se tornasse realidade... E isso me assusta um pouco, porque de certa forma, quando vejo a velocidade com que as coisas vêm acontecendo, sejam elas boas ou ruins, a insegurança me atormenta e eu acabo sentindo como se eu não estivesse tão preparado para “viver tudo aquilo que há pra viver” e encarar a ironia do destino como talvez, uma forma de trapaça. Mas frente aos meus maiores desejos e sonhos, e embasado na canção de Renato Russo onde diz que “quem acredita sempre alcança”, cauteloso eu sigo em frente com garra e principalmente com Fé.

Acreditem ou não, mas não é de meu costume me arrepender por alguma coisa que eu já tenha feito. Com toda certeza, eu não me arrependo de ter tomado as decisões que tomei e também não me arrependo de ter aceitado certas coisas quando na verdade eu deveria tê-las negado.

Eu sou humano, confesso; cometi muitos erros, parti alguns corações, e como dada a causa sempre há uma consequência, assisti por algumas vezes o meu coração ser dilacerado. Aprendi severas lições como outras tantas pessoas, e me adaptei a conviver com o fato de que o arrependimento não vai me trazer a chance de voltar atrás e fazer uma escolha diferente. O que me resta, é tentar absorver e transformar tudo em aprendizado e amadurecimento.

Agora, pra falar a verdade; Não sei como eu cheguei até aqui... Confesso que às vezes eu fecho os meus olhos e sinto como se a vida tivesse continuado sem mim. Eu olho pra trás e vejo tanta, mas tanta coisa, que eu sinto como se já tivessem se passado mil anos e eu nem sequer percebi. E de repente eu abro os meus olhos e aqui estou eu... Envelhecendo sob sol e sob chuva, percorrendo esse árduo e longo caminho entre tropeços e acertos.

É... Há certas coisas que eu preciso entender... Outras tantas que eu quero entender, mas sei que talvez nunca entenderei... Talvez seja melhor assim...

Enquanto a cidade dorme, eu olho pela janela e sinto o silêncio e a paz vinda dos que se renderam ao cansaço de um longo dia e dormem tranquilos em suas casas... É nessas horas que eu repouso meus sonhos na paz que isso traz aos meus pensamentos e cada vez mais, eu sinto que a minha maior motivação pra seguir adiante, é ter a certeza de que com a Graça de DEUS, o melhor ainda está por vir.

Não sei dizer quando, nem onde...

Só me resta esperar...

Fiquem na paz! ;)

‘ . tente... e não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida .’

quarta-feira, 6 de julho de 2011

'. pra sempre, bye bye .'



“Durante dias a fio faltou-me mera vontade e capacidade de escrever, esboçar e simbolizar em letras algo que o pensamento sequer tem capacidade de traduzir.”

Certa vez, em um dia que para mim era comum como qualquer outro, eu li essa frase no blog da Marina Fráguas em um texto maravilhoso, apesar das circunstâncias.

E hoje, mais do que nunca, eu me identifico muito com essa sábia citação, salvo o fato de que eu passei pelo menos as últimas duas horas olhando pra esse pedaço de papel sem ter sequer uma gota de coragem para me arriscar a rabiscar umas poucas palavras.

Pode até soar estranho, mas hoje eu não vim aqui pra criticar nada nem ninguém, ou quem dirá para expressar meu ponto de vista em relação a alguma coisa como quase sempre eu tenho o hábito de fazer em minhas postagens.

Hoje eu resolvo largar tudo isso pra lá e deixo de lado todas as minhas críticas e meus diversos pontos de vista. Venho aqui escrever como uma forma de desabafo, pois talvez assim eu consiga diminuir a ferida que foi aberta em minha família pela perda de minha avó.

Era uma madrugada fria de sexta-feira. Eu estava em casa já dormindo, descansando para me levantar dali a poucas horas para enfrentar mais um dia de trabalho. Acordei assustado com minha mãe fazendo barulho no meu quarto enquanto se arrumava para levar minha avó ao hospital, visto que ela havia tido uma recaída muito forte de saúde nos últimos dias, devido a alguns problemas respiratórios que acabaram se complicando com a chegada do inverno.

Minha mãe saiu muito rápido de casa, e eu, ainda meio atordoado pelo sono e pelo cansaço acabei ficando para trás. Relutei por alguns instantes em segui-la, porque tenho certa “aversão” ao clima pesado que o ambiente hospitalar nos expõe, mas acabei sendo impulsionado a ir até lá pelos meus próprios pensamentos.

Me arrumei, entrei no carro, saí de casa e em poucos minutos lá estava eu, dentro do hospital assistindo à minha avó travar uma batalha pela vida. Permaneci ali por alguns instantes, imóvel, com o coração acelerado, batendo forte, sem conseguir distinguir seja lá o que fosse que eu estivesse sentindo naquele momento.

Passaram-se alguns minutos, minha mãe, preocupada, cuidadosa, insistindo para que eu fosse embora, pois dali a algumas horas eu teria que partir para o trabalho. Consenti em seguir seus conselhos, entrei novamente no quarto para me despedir da Vovó. Ela tocou minhas mãos, sorriu de uma forma que eu nunca havia visto e me abençoou sussurrando: “DEUS te abençoe, meu filho!”; e então eu a deixei; aos cuidados do médico e das enfermeiras e junto com minha amada mãe que como sempre, tentava se mostrar forte e otimista, apesar de carregar a angústia e a dor estampadas em seu rosto.

Virei-me de costas e saí andando apressado, meio confuso, hesitando entre ir embora ou ficar, e acabei assustado ao perceber que em um simples minuto eu já me encontrava no estacionamento do hospital, dentro do carro com o motor ligado, pronto para partir.

E no caminho de volta pra casa, tocou uma música no som do carro enquanto eu pensava em algumas coisas que têm acontecido na minha vida... Mal percorri 200 metros e me veio uma vontade súbita de chorar, um aperto enorme no coração, e juntou tudo na minha cabeça, justamente por saber que talvez aquela fosse a minha última oportunidade de ver a minha avó viva e de ter trocado algumas palavras com ela. Comecei a pensar em tudo que tem acontecido comigo nesses últimos tempos, em todas as pessoas que estão, ou que estiveram à minha volta no decorrer desses anos, no que representam, ou representaram pra mim... E comecei a pensar em tudo que aconteceu, ou que tem acontecido com todas essas pessoas, por suas naturezas e pela vida que levam e talvez até mesmo por minha culpa, ou não. E então essa música começou a tocar novamente em minha cabeça, e me fez pensar em tudo que passamos nessa nossa vida, e no que, quem sabe, ainda vamos passar, e no porquê disso tudo... Se é que realmente um dia saberemos o porquê...

Parei o carro em meio à rua vazia, encoberta pela névoa fria e densa da madrugada e me desliguei do mundo, submerso por alguns instantes nas frases ditas pelo Guilherme de Sá, antes de iniciar a canção “Menos de Um Segundo” da banda Rosa de Saron:

“hoje, nesse momento nós estamos de pé... mas bastam instantes pra que a gente deite e nunca mais acorde, e nunca mais se levante, e cara... todos os nossos sonhos, todas as nossas vontades, todas as nossas virtudes, tudo que a gente é, todas as pessoas que a gente ama se vão... às vezes em muito menos de um segundo”.

De fato, passaram-se algumas horas e ela partiu... “Descansou”; como costumamos dizer. Despediu-se da vida sorrindo, levando a certeza de que cumprira sua missão. Deixou aqui conosco apenas a saudade que permanecerá eternamente e as lembranças dos bons momentos, das boas conversas que tivemos e das lições que aprendi a valorizar vendo a forma extraordinária como ela, mãe, avó, conduzira a construção da nossa família entre tantas as dificuldades vividas.

Se foi, mas ficará pra sempre em minha memória, como exemplo de força, perseverança e Fé; exemplos estes que eu vejo herdados pela minha mãe, traduzidos em compaixão e amor pelo próximo. Levarei sempre comigo as recordações para me lembrar em todos os dias da minha vida a importância de buscar aquilo que se acredita e nunca perder a esperança.

Hoje, eu posso afirmar que quanto mais o tempo passa, mais eu carrego a certeza de que é preciso agarrar a vida com unhas e dentes, para que ela não nos deixe para trás; é preciso viver com intensidade, tirando o máximo de proveito das oportunidades que DEUS nos proporciona ter. É preciso amar mais às pessoas, reconhecer delas as virtudes e aprender a não criticar os defeitos, pois afinal, defeitos todo mundo tem, por menores que eles sejam.

Aproveite bem a sua vida, não desperdice as chances que tiver e experimente amar ao próximo como a si mesmo!

Por experiência própria, eu lhes digo: É o que há...

Um forte abraço, fiquem na PAZ! :)